sexta-feira, junho 10, 2005

Suite de "Nossas crianças estudam para quê?"

Como foi escrito atrás, há urgencia em se rever a educação, em proporcionar às crianças maior desenvolvimento de seu potencial humano. A feira que está ocorrendo no Japão por esses dias é prova disso:

Robô humanóide é destaque em exposição no Japão

09/06/2005 - 17h15 - Do UOL

Robôs para todas as funções são um dos destaques da Expo 2005, que acontece até setembro, em Aichi, Japão. A feira internacional, com pavilhões de países do mundo todo, prossegue até 25 de setembro.

EFE
EFE
Robô Repliee (esq.)
O objetivo da feira é dar um panorama sobre o que há no mundo em algumas áreas. Entre elas, uma das que mais chamam a atenção dos visitantes é a de robôs, área em que os avanços japoneses são impressionantes.

Nesta quinta-feira (9/6), começou uma exposição de 11 dias com 60 protótipos de robôs do país.

Há robôs que dançam, tocam bumbo, jogam golfe, correm e realizam cirurgias. Outros impressionam não por suas habilidades, mas por sua semelhança com os humanos. É o caso da (ou seria "do"?) andróide Actroid Repliee Q1, desenvolvida pela Universidade de Osaka.

quinta-feira, junho 09, 2005

É estranho viver uma vida sem curto prazo. Há longo e médio, curto não há. Alguns ônus do passado que precisam ser sanados, mas nada a curto prazo. Já disse a alguém que preciso de reforços positivos breves e frequentes. O pior de tudo é que fico chato quando me concentro em meus projetos de longo prazo, penso que tenho que ler 200 livros mais outros tantos para escrever uma monografia que mereça o tempo da defesa e um punhado de artigo que a facilitada internet me permitiu arquivar em meu computador. O que um final de dia não faz? Terminei a República Velha, não vou começar o estado novo se não poderei continuar antes de segunda-feira. Prefiro esperar, começar segunda, enquanto isso aproveito o resto de semana para pensar em minha monografia. Talvez em ganhar um pouco de dinheiro em mês de férias. Eu não deveria aproveitar as férias para ler por dois ou três meses? Deveria, mas também preciso de algum dinheiro. Não posso viver assim tão essencial, tão básico, tão dietético e tão saudável.

Autoritarismo e Cidadania

Estarrecedor nessa história da Cartilha “Politicamente Correto & Direitos Humanos” é a naturalização do autoritarismo. A cartilha, lançada há quase um ano, ganhou destaque a partir de um artigo de João Ubaldo Ribeiro no O Globo, onde afirma que “Estamos ingressando numa era totalitária. É o primeiro passo para se instituir uma nova língua e baixar normas sobre as palavras que devemos usar”.

Parece ingênuo afirmar que “estamos ingressando”, quando disfarçada de democracia, a oligarquia brasileira constituiu-se desde a colonização e se mantém no poder até hoje, apesar da renovação de alguns grupos em alguns territórios.

A defesa de Nilmário Miranda, secretário de Direitos Humanos, entretanto, impede-nos de examinar até a exaustão a afirmação de João Ubaldo, pois é ainda mais sintomática do autoritarismo presente no governo que a própria cartilha. Nilmário afirma que “Não há nada de autoritário. É um texto educativo, não vai ser transformado em lei”.

Em primeiro lugar, é obviamente autoritário reclamar para si a prerrogativa de determinar como os demais devem se expressar, que palavras e expressões devem ou não fazer uso, mas é outro o clímax da afirmação.

O secretário elimina a clara relação entre autoritarismo e educação, como se uma das principais formas de manutenção do status quo não fosse justamente a educação.Educação, aliás, é matéria que, a despeito do considerável avanço das últimas décadas, permanece como espaço privilegiado para a reprodução do sistema autoritário.

Além de ignorar que o autoritarismo se manifesta através da educação, Nilmário Miranda ainda deixa transparecer em si mesmo o autoritarismo cristalizado e naturalizado, pois afirma que o texto da cartilha “não vai ser transformado em lei”, como se ele ou o governo contassem com poder tal que pudesse impedir a legislação presente e futura de se basear em tal cartilha para reformar as leis existentes ou mesmo as criar totalmente novas.

A nova cartilha do governo deve mesmo ser recolhida, talvez queimada, mas não só ela. Devem ser banidas de nosso país todas as cartilhas e todas as apostilas. Todas as promessas mentirosas de conhecimento fácil.

Os livros didáticos devem ser conservados em nossa terra, acessível a todos, mas não como instrumento de educação e sim como peça de museu. Deve-se criar o Museu do Livro Didático.

Devem tomar lugares dos livros didáticos os tão somente ou simplesmente chamados livros. Educandos de todas as idades devem ter acesso à pluralidade e à diversidade e não convidados a consumir conhecimento em forma de lata, monótono e monocórdio, com aparência de verdade.

O livro didático em sua tradição e a novidade das apostilas dos “cursinhos” são expressão do autoritarismo que assola a nação brasileira. São não mais que a materialização de uma maldição que cada geração renova para seus filhos.

É urgente que a família brasileira, seja qual for sua composição, assuma a tarefa de casa de ler em conjunto livros de história, de literatura, de geografia, de direito, de política e de vários outros saberes. Que cada cidadão seja convidado a ler em família, uma ou duas horas por dia, o livro do seu gosto. Que o governo gaste seu dinheiro comprando e distribuindo o maior número de livros através das bibliotecas ainda em funcionamento em nosso país.

Talvez com a adesão de muitos à leitura em família encontre-se saída para a tradição autoritária brasileira. Talvez muitos se tornem até consumidores, compradores de livros e de jornais, não apenas por terem desenvolvido o gosto pela leitura, mas principalmente por que certamente terão desenvolvido potencial: necessidade, desejo e poder para consumir mais que o estritamente necessário ao atendimento de suas necessidades fisiológicas ou, nos melhores casos, também de segurança.

Somente no dia em que muitos brasileiros, mesmo que não todos, mas ao menos uma parcela significativa, que seja dos jovens, puderem pensar em sua realização pessoal e profissional o Brasil poderá se ver livre do jugo autoritário de suas oligarquias pré-republicanas. Antes disso, antes da nação contar com cidadãos conscientes e necessitados de sua própria cidadania, toda polêmica relacionada à liberdade, à justiça ou à democracia é mera expressão retórica da farsa democrática high tech, com suas belíssimas urnas eletrônicas, modelo exportação para o mundo do exercício brasileiro de democracia.

Politicamente Correto & Direitos Humanos não passa de mais uma entre tantas maquiagens baratas e mal aplicadas com o objetivo de minimizar a feiúra e a crueza da parca formação intelectual da nação brasileira. Um faz de conta como tantas outras cartilhas, apostilas, livros didáticos, merendas escolares, bolsas escola, bolsas família e tudo mais que possa retardar o empoderamento popular.

Coisas novas para quem gosta: Espelho para Narcíso

terça-feira, junho 07, 2005

Nossas crianças estudam para que?

Há muito que se preocupar com a educação de nossas crianças. Os pais e as mães da classe média se sentem tranqüilos por poder garantir que seus filhos possam freqüentar escolas particulares, melhores ou piores, mas se a qualidade de ensino horas é menos sofrível em raras exceções do ensino particular, pouco se altera quanto aos princípios desse ensino.

As escolas que se dizem construtivistas ou mesmo aquelas que realmente se esforçam para o ser, estão a anos-luz de alcançar tais práticas em seu dia a dia. Todas fazem, de forma mais ou menos acentuada, pouco mais pelas crianças que as ensinar a apenas obedecer a comandos.

É claro que nas escolas que se proclamam tradicionais a situação costuma ser ainda pior, mas aos pais praticamente não restam alternativas. E por que essa preocupação, afinal a educação não é hoje muito melhor que há anos atrás?

Certamente é, especialmente a educação infantil, mas para avaliarmos a educação infantil é necessário olhar para a realidade dessas crianças quando estiverem assumindo seus papéis de adultos, ou seja, em 20 anos.

Daí que olhar para a sociedade e para o próprio mercado de trabalho em 20 anos é um grande desafio, mas poucas coisas nos parecem certas, desde que não ocorra nenhum grande colapso, tais como o desenvolvimento das novas tecnologias.

Olhando para a realidade futura é que cabe essencialmente a pergunta: Qual o sentido de educar nossas crianças a obedecer a comandos se no futuro os ciborgues o farão com muito mais competência? Independente da resposta, tal educação parece muito mais um castigo ou uma maldição e não a real preparação para enfrentar aos desafios de uma sociedade em constante mutação.

segunda-feira, junho 06, 2005

Apae versus Inclusão

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, Apae, está furiosa com o processo de inclusão promovido pelo governo federal, que apenas cumpre seus compromissos com a comunidade internacional desde que ratificou a Declaração de Salamanca.

É natural que a Apae não goste da idéia da inclusão, afinal, tem uma rede de escolas especiais financiadas, principalmente, com o dinheiro público e, com a inclusão, perdem muito do seu poder de barganha política e, talvez, de recursos.

A segregação é inaceitável, não se pode conviver com a idéia medieval de que as pessoas diferentes devem ser excluídas do convívio com as ditas normais, que sejam educadas em salas ou escolas especiais. Guetos de discriminação e segregação.

A Apae não deixa de ser importante com a inclusão, pois possuem ótima estrutura para a promoção da educação, mas com a inclusão poderão atender, inclusive, número maior de criança, talvez atender crianças que não receberam o rótulo de deficientes mentais, mas que também necessitam do apoio multidisciplinar existente na Apae.

A principal função da escola, a socialização do indivíduo com a sociedade, deve ser atendida e não há motivos para que isso seja ainda mais preterido. São, no mínimo, 10 anos de atraso, milhares de crianças segregadas e milhões aprendendo a segregar através da educação formal.

domingo, junho 05, 2005

Vocês já se viram com um Intento que é tudo que você quer, que lhe dá tesão, que lhe motiva, mas que parece absolutamente impossível de alcançar? Já eram os quase 200 livros que eu tenho que ler um desafio inimaginável, agora, pouco a pouco eu vou descobrindo que algumas obras são compostas de vários volumes, que outras têm mais de duas mil páginas em língua estrangeira e que, finalmente, eu acho que estou ficando velho, pois em um dia inteiro de leitura não consegui finalizar meu primeiro desafio, com meras 482 páginas, tá que a diagramação a tipografia e o papel do livro são correspondente às quatro décadas que nos separam de sua edição, mas não imagino que vou encontrar pelas bibliotecas muitas edições recentes e, para comprar, bem, um deles custa quase 500 reais, mais o frete! Ai, ai, eu preciso me manter firme!