sábado, julho 09, 2005

Domingo é um bom dia para relaxar, curtir a folga, talvez encontrar alguns parentes, quem sabe curtir o filho que está no final de semana sim e visitar os avós, dele claro, por um acaso os seus pais, quem sabe aproveitar que o filho está no final de semana não e curtir um domingo romántico com a esposa.

Muito mais comum do que deveria ser, o domingo sobra, seja por ter sido tempo demais no ócio, seja por que o horário de visita se encerra às 19h e, como sobra, o domingo se torna um dia obrigatório para se refletir, por mais que se tente fugir assistindo ao filme de péssimo gosto que fatalmente vai passar na TV ao final da noite.

E há muito para se refletir neste domingo:

- Novos atentados terroristas atingiram Londres. Os militantes do PT estão esgotando todo o leque de desculpas possíveis para os acontecimentos.

- Muitos casais estão se casando agora em julho, outros casais recebem a notícia de que estão grávidos, alguns de gêmeos ou até mais. Algum pai ou mãe inventa de ler o material institucional da escola na agenda do filho e descobre que o autor dos textos é um construtivista de orelha.

- O preço do barril de petróleo continua subindo. A crise na Bolívia pode afetar o fornecimento e o preço de GNV no Brasil. Os usineiros continuam tratando os cortadores de cana de forma talvez pior que eram tratados os escravos no tempo do engenho.

- A conta corrente está no limite no dia dez. Já passam mil quilômetros da hora de trocar óleo lubrificante do carro. Os amigos sabem que o próximo jantar é na sua casa, por sua conta.

Ainda é sábado, então ainda é tempo de aproveitar o efeito do diluidor de superego clássico e deitar aconchegado ao seu amor, pensando em quantos motivos existem para a felicidade...

sexta-feira, julho 08, 2005

A falta de deus no mundo

O mundo está um caos, não há lugares seguros para estar. Não há respeito por vidas humanas ou mesmo por outras formas de vida na fauna ou na flora global. Um assessor parlamentar é preso com dólares na bunda, tal qual um traficante ao embarcar com sua mercadoria oculta. Um ônibos abre-se, leia-se explode, como uma lata de sardinhas. Um adolescente é assassinado na periferia por credor a quem devia menos de dois reais.

Alguém diz que é falta de deus no mundo, mas essa não é apenas mais uma batalha de uma guerra teológica sem fim? Não são justamente cristãos, islâmicos e judeus os protagonistas dessa reedição high-tech das cruzadas? Não tomam parte entre os conselheiros de Bush justamente os líderes cristãos conservadores dos Estados Unidos? Já não é parte da vida dos britânicos o confronto entre os cristãos protestantes e a resistência católida na Irlanda? Não é a al-Qaeda um exercíto do islã?

O argumento de falta de deus só se sustentaria no fato de que essas três religiões são monoteístas, pois se deus for realmente criado à imagem e semelhança do seus criador basta se substituir a palavra monoteísmo, do dicionário divino, pela palavra totalitarismo, do dicionário secular, e encontramos a sustenção: É falta de deus sim, pois um deus totalitário, a palavra que os cristãos gostam de utilizar é todo-poderoso, nega a alteridade, a pluralidade e a diversidade. É um deus que não pode aceitar ou conviver com outros deuses, então os todos os demais deuses e, claro, também seus seguidores, devem ser eliminados.

É dessa forma que o valor da vida humana é relativizado, pois não basta assassinar seis mil civis afegãos para saciar a sede de vingança por cerca de três mil civis mortos em 11 de setembro. É preciso mais, muito mais, dois para um não resolve, é preciso mais, três para um, quatro para um. Quantos muçulmanos vale um cristão?

É chocante ver a morte pela TV, é chocante ver um ferido com o rosto queimado, é chocante saber que morreram cerca de 50 pessoas nos atentados a Londres, mas também é chocante saber que morrem milhares de pessoas todos os dias na África do Sul por conta da Aids. Como calcular o valor dessas vidas, como comparar o valor da vida de uma vítima no ataque terrorista em Londres, sede do império britânico com o valor da vida de uma vítima da Aids na África do Sul, terra do Apartheid, contra o qual a ONU jamais lutou de forma efetiva e que os britânicos apoiaram e subsidiaram?

Há pouco mais de um século a vida de um africano ou descendente era contabilizada a partir do trabalho que poderia realizar para seu proprietário, afinal um africano não tinha alma, como também não o tinham os nativos do continente hoje chamado de América. Os ameríndios ou simplesmente índios, como não serviram para a escravidão, foram exterminados. Cerca de cinco milhões apenas no que hoje chamamos de Brasil.

Talvez seja mesmo melhor um deus dançarino e que para sua dança convidasse outros deuses e deusas, talvez esses deuses pudesssem compreender melhor os demais, entender que para construir a própria felicidade não é necessário exterminar a todos que não lhe rendem oferendas.

Cada um de nós é reponsável, mesmo que de forma indireta, mesmo sem puxar o gatilho, pois assim como o homem-bomba age legitimado por suas crenças ou, como costumamos chamar no ocidente, seu fundamentalismo religioso, também o fuzileiro naval assim age, legitimano por seus líderes religiosos, os quais gostamos de denominar apenas conservadores, afinal seria feio dizer que o papa é fundamentalista por condenar o uso de preservativos na África.

São crenças diferentes, são deuses diferentes, mas o mecanismo é o mesmo e por trás desse mecanismo está cada uma das pessoas "inocentes", que apenas cumprem seu papel de manter a chama acesa da fé.

Ou será do pavio?
Ontem o ator que faz este anjo esteve fora noite e madrugada toda, não tive como escrever algo, muito embora assuntos não faltem, terrorismo é assunto que me fascina, pois é a encarnação do dilema.

Deixo contudo uma citação de Gerald Thomas (07/07/2005):
"Sei la. Passei o dia no telefone pra ver se estavam todos bem. Ninguem estava bem. Como estar bem numa epoca tao maluca em que presidentes invadem paises e matam 140 000 civis (iraquianos, no caso) e nao esperam uma retribuicao."

quarta-feira, julho 06, 2005

O Fantasma do Parlamento

Não é objetivo e nem se faz necessário esmiuçar a biografia deste político que se assume como um ex-troglodita de berro na cinta cuja cirurgia para redução de estômago o transformou em um novo homem, mas não em Mary Poppins. Roberto Jefferson, 51, PTB-RJ, não é flor que se cheire e seu perfume é herança de família, dos tempos do totalitarismo sedento do sangue popular representado por Getúlio Vargas, quiçá de antes. É representante fiel do mais absoluto continuísmo nos quadros políticos brasileiros.

Domina o palco, é carismático, é hábil no discurso como o são poucos políticos, especialmente se forem considerados no páreo a grande maioria dos petistas. É advogado formado pela Estácio de Sá, mas dificilmente se deve à sua experiência no judiciário a sua comprovada habilidade retórica, pois se iniciou na política a partir da participação no programa popular "O Povo na TV", já no SBT após o fechamento da Tupi, entre 1981 e 1984, e também pelo legado de sua família, pois pai e avô também eram do PTB desde sua fundação em 1945.

Não há como imaginar-se conhecedor de todos os fatos, provavelmente nem Lula, nem Dirceu e nem Roberto Jefferson tem plena segurança de que merda e em que quantidade ainda pode ser jogada no ventilador, quanto mais meros espectadores de toda essa novela, mas é possível aprender com tudo isso, é possível encontrar soluções plausíveis a partir da tragédia que hoje se presencia em cadeia nacional.

É preciso, antes de mais nada, compreender que, qualquer que seja o resultado da CPI dos Correios ou da CPI do mensalão, tais práticas deverão continuar de uma ou de outra forma no exercício do governo, deste e dos próximos, pois não se muda uma nação por ato mágico de qualquer natureza, seja emanado do Executivo, do Legislativa ou do Judiciário. Não bastaram 100 anos para constituir nossas instituições e não bastarão outros 100 para que se consolidem. Sequer é certo de que tal consolidação garantirá ao brasileiro uma vida melhor.

Para que se possa encontrar uma solução para o problema que hoje se vive é preciso focalizar o bem-estar de sete gerações à frente do nosso tempo e esquecer dos clichês eleitoreiros relacionados à mágica solução da educação ou da bolsa escola. São investimentos necessários, mas não se pode esquecer que dentre as funções da escola está a manutenção do estabelecido e o estabelecido hoje é bem representado pelo mensalão.

Roberto Jefferson é um fantasma, mas nem é o único e nem é destoante de nossa história ou de nosso presente. Há Robertos Jeffersons por todos os lados em nosso quotidiano, por sorte poucos com poder semelhante ao do ícone, mas com pensamentos e ações absolutamente similares, e, melhor do que isso, Roberto Jefferson nos representa a todos, todos temos uma parte de nós fielmente representada por ele, pode não ser nosso eu dominante, mas certamente está lá, em conflito com nosso Lula, com nosso Fernado Henrique Cardoso, com nosso José Sarney e com nosso Antonio Carlos Magalhães. Há um pouco de cada um desses e de outros políticos dentro de cada um de nós, dentro de cada brasileiro.

Se não somos capazes de perceber de que forma cada parte de nosso eu está representado no olímpo político, não somos capazes de mudar a nós mesmos, quanto mais de mudar o pensamento de nossa comunidade ou de nossa nação.

O oposto, se formos capazes de nos perceber em todos os deuses e demônios que nos representam, seremos capazes de transformar a nós mesmos, o que é todo o princípio para a construção de um futuro melhor, pois ao transmitir essa habilidade às gerações futuras, aos nossos descendentes, estaremos possibilitando a eles um grande instrumental de aprendizado, de reflexão, de crítica e de mudança da única coisa que se pode mudar em uma vida: nossa própria vida.

terça-feira, julho 05, 2005

Sexo e Política

Estamos agindo como a mãe que é denunciada publicamente em sua falha vigilância pela gravidez da filha adolescente: "Oh, meu deus, eu sabia que esse seu namorado não prestava!" Estamos fingindo espanto para todos e para nós mesmos, preferindo máscara de ingênuos à de co-responsáveis ou, ao menos, cúmplices da situação.

Assim como eu me coloco ao lado da filha adolescente, e não apenas por que sexo é bom, mas também por que é o contexto fictício criado pela sociedade, com grande empenho da mãe, o principal responsável pela gravidez, também eu me coloco ao lado do PT no mensalão, pois não é menor a culpa do contexto fictício criado pela sociedade, com grande empenho dos oligarcas.

Sexo é tão bom quanto dinheiro, um leva ao outro e vice-versa, ambos representam e propiciam poder, todos querem e todos gostam, talvez não todos, certamente quase todos. Sexo e mensalão são a mesma coisa se fizermos um julgamento baseado em princípios e intenções, trata-se apenas de apropriação das relações mundana para a análise das fricções olimpianas.

Acontece que poucos de nós temos dinheiro, apenas alguns podem se dar ao luxo de avalizar contratos de 2,4 milhões de reais, o que é uma merreca em termos Estado ou até mesmo em termos de corrupção, mas quase todos nos experimentamos sexo, a maioria de nós, eu espero.

Poucos de nós participa da política além do voto, das torcidas, das apostas, da panfletagem ou da militância. A maioria de nós acompanha a política da mesma poltrona em que acompanhamos a novela, aliás uns poucos se dão conta de que nossa capacidade de interferência no destino das personagens de Benedito Rui Barbosa é bem maior que no das herdeiras do maledito Rui Barbosa, o do encilhamento.

Não nos é possível avaliar o universo olimpiano se não o trouxermos para o nosso domínio quotidiano, é por isso que sexo, novela e família são fundamentais para entender o que acontece com o mensalão. É fundamental também para compreender que a questão do mensalão nada mais é que um sintoma, que a ponta de um iceberg, que todos procuramos manter escondido, pois na base deste iceberg está cada um de nós.

Encerrar a questão do mensalão numa análise factual e pontual é nada além de auto-proteção, pois o mensalão nos representa, tal qual a gravidez de adolescentes também nos representa. Podemos prosseguir em busca de bodes-expiatórios para nossos próprios erros, mas devemos ter consciência que tal busca não nos conduzirá à mudança que fingimos desejar, pois sabemos que é mais seguro escrever de forma diferente sempre a mesma história, alternando conflito e resolução, tensão e apaziguamento.

É preciso compreender que a origem do mensalão não está na má-índole do Lula ou de quem quer que seja eleito como bode-expiatório ao final de tudo, mas em nossas atitudes diárias e não me refiro às atitudes relacionadas à viciante idéia de cidadania, mas nossas atitudes quotidianas e intimistas, aquilo que de mais nosso transmitimos a nossos filhos para que se perpetue de geração em geração.

Poderia se defender que para entender o mensalão é preciso estudar história, pois assim compreenderemos que o mensalão é um evento recorrente, que se sucede desde antes da república e se arrasta até hoje, mas sem discordar eu afirmo que para entender o mensalão é preciso entender nossos próprios erros na formação e na educação de nossos filhos, seja em casa, seja na escola ou seja no trabalho.

Carta aberta à comunidade: Esfera Pública 1/2005

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Fortaleza, 5 de julho de 2005

Carta aberta à comunidade,

Preliminarmente gostaria de destacar que sei que nem todos são do jornalismo, da publicidade ou tem interesse em artes ou comunicação, mas quem sou eu para decidir isso para cada um de vocês?

Sendo assim, envio para todos e peço que aqueles que se determinarem em recebimento indevido desta mensagem, apenas me avisem, e procurarei não mais os incluir nas mensagens referentes à Revista Esfera Pública.

Alguns colegas já estão por dentro, alguns mais que outros, de que estamos iniciando o projeto de uma revista experimental alternativa eletrônica semanal, que talvez durante a fase beta seja ainda mensal.

Alguns podem pensar que deveria ser segredo o lançamento de uma nova revista, mas não temos como trabalhar em segredo se queremos que seja um projeto participativo e plural. Eu gostaria de adicionar a palavra democrático ou libertário, mas não estou certo ainda de que seremos capazes de honrar tais conceitos em nossa praxis, desejo que sim, mas essa será certamente razão de grandes debates entre os colaboradores.

Vários colegas já se manifestaram interessados em colaborar das mais diversas formas e vamos precisar de todas essas colaborações. Precisaremos de jornalistas, de publicitários, de designers, de artistas, de cronistas, de articulistas, de amigos, de leitores e, bem, quem será capaz de determinar quanta colaboração será necessária?

Estou enviando esta mensagem com o objetivo de formar o coletivo de sustentação do projeto, desejo marcar uma primeira reunião com o máximo de interessados possível e para que isso se torne possível, peço que aqueles que tiverem interesse verdadeiro em participar do projeto Esfera Pública, que me enviem resposta com urgência.

Atenciosamente,

Leonardo Ruoso

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segunda-feira, julho 04, 2005

Tenho escrito muito, às vezes sem pé ou cabeça, mas tenho escrito. Não o que eu deveria fazer, pois deveria escrever a abertura de um romance, é minha tarefa de casa há duas semanas, tenho que iniciar um romance.

Talvez eu esteja lendo pouco. Talvez eu esteja mais cheio de blues que antes e não sei explicar ao certo por que! Sei que está em mim, pois é só que sou incapaz de existir, mas não sei desenhar essa figura.

Novamente não tenho sonhado, de fato, pouco tenho dormido, não que eu tenha insônia, não é isso, durmo até fácil quando tento.

Aliás, parece que tudo quando tento até consigo. Até escrever, eu sento, decido publicar mais um post e vou escrevendo de primeira, sem revisão, sem melhoramentos e há quem goste de ler.

Eu sei que se eu começar eu inicio a escritura desse romance, sei tanto que nem tento, da mesma forma que não tento dormir, para não pegar no sono, talvez para não sonhar.

Eu sei que deveria pensar que tudo isso é resistência, mas nem bem eu sei por que estaria resistindo, escrever me traz prazer, traz esse prazer agora, na verdade escrever não tanto, prazer maior eu tenho quando lêem o que eu escrevo.

Eu sei que é ilógico, eu tenho que escrever um romance, é simplesmente uma obrigação, eu tenho que cumprir, não tenho que escrever uma grande obra, tenho que, tão somente, fazer o básico.

Talvez seja isso, fazer o básico, o necessário, o suficiente, tudo isso tem me cansado em minha vida.

Não posso reclamar da sorte, se existem anjos da guarda eles sempre estiveram ao nosso lado, mas o suficientemente bom não me basta, não me basta ser pai, ser marido, ser escritor, ser amigo, ser qualquer coisa suficientemente boa e praticamente prefiro não ser nada a ser tão somente suficiente.

Talvez seja isso que me destrua, a perspectiva de ser tão somente suficiente, necessário, mínimo, básico. Tudo bem, pode me mandar tratar disso com meu terapeuta, mas é verdade, não me aceito normal, regular, certo, correto, modal. Se tenho que ser isso, apenas isso, se não posso ser mais que o necessário, não sou eu, não me reconheço, eu me perco em mim mesmo.

Assim é que existo ainda na minha necessidade do outro, que não é mínima, que não é suficiente, que não me basta. Esse meu eu em contato com o outro ainda pode ser intenso, pode ser mais que o apenas necessário, é a diluição intensa das fronteiras que ainda me mantém vivo, aqui, esperando pelo momento que, se um dia acontecer, eu possa encontrar algo em mim mesmo.
Não sei dizer qual dos meus amores me emociona mais. Hoje foi dia de reencontro. Já era tanta saudade em mim que mal podia continuar vivo. Foram muitos dias comigo mesmo e vou ter que me acostumar, que assim vai ser por muito tempo. Tenho que aprender a viver enquanto espero. Vou fazer isso, hora mais, hora menos. Já consegui tanta coisa. Tem coisas que não dá para a gente falar assim fácil, por que teria que explicar muita coisa para me fazer entender, mas meu filho maravilhoso às vezes se supera e traz tanta poesia em sua fala. Às vezes é como se ainda resistíssimos em nossa comunicação, sabemos o que um e outro sentem, mesmo distantes, às vezes sem entender direito, mas sabemos se há algo ruim ou algo bom.
É tanta a saudade que tenho agora e o telefone não toca. Estou tão cansado de não viver. O telefone não toca, não toca, está quieto, o que se passa? Será que você vai se atrasar? Vou lhe esperar o tempo que precisar, que não sou mais eu sem você.
A vida, ao menos a minha, não tem qualquer sentido apenas por si, nada faz sentido só, mesmo comer. Eu preciso de você para comer, de você para dançar, de você para cantar. A única coisa que importa quando você está longe é a saudade, é a espera. Minha vida está em você. Não há nada em si que a justifique, exceto a existência de você, a relação eu-você. Não há por que mentir, não há por que enganar. Não há mais por que esconder você atrás de ritos, de livros, de filmes ou de dança. Preciso aqui, preciso agora. Nada se sustenta para além do contato. Choque que dilui as fronteiras, que nos permite entemear nossas vidas, que nos permite, ao final, viver.

domingo, julho 03, 2005

É bom saber que as pessoas bacanas continuam bacanas ao passar dos anos. Foi bom rever, foi bom conhecer, afinal entre os meus velhos amigos e amigas havia quem eu não conhecesse ainda, detalhes da vida, mas bom encontrar assim mesmo.

Especialmente grato pela turma que ficou só me ouvindo falar besteira enquanto demorava para pedir a conta. Espero que as besteiras tenha sido só meio bestas e não totalmente bestas, só depois que a gente percebe que as pessoas estavam só, delicadamente, fazendo companhia e não estavam mais necessariamente se divertindo.

É verdade, eu continuo intenso, por mais ameno que eu tenha me tornado, ainda devo ser classificado como intenso. Não sei se é algo ruim ou algo bom. É como sou e nem sempre é tão fácil mudar, mesmo que a si mesmo.

Por fim, não pude falar com todo mundo, mas foi bom estar com todo mundo.