sexta-feira, julho 02, 2004

A todos os meus inimigos, que me lêem com tanta freqüência

Queridos inimigos,

Hoje é um dia importante para vocês, ainda não li, por opção própria, a réplica entregue na última sexta-feira, não sei qual o seu conteúdo, mas já aprendi a esperar de vocês sempre o pior, então, imaginando o pior, eu consigo imaginar algo quase tão baixo quanto o que é feito.

De fato, se fosse feita uma leitura do meu blog, estariam vendo que em vários momentos cheguei a me questionar se vocês poderiam ser, ao menos, humanos, mas sempre, todas as minhas expectativas positivas tornaram-se frustradas, aprendi a esperar de vocês o pior, o mais sujo, a pior mentira, então juro que nem quero e nem consigo imaginar o tipo de sujeira e de mentira que lá está posto.

Hoje é um dia importante, por que decidi que não vou jogar o mesmo jogo que vocês, ainda não soube avaliar o tamanho do meu egoísmo em fazer isso, mas eu não posso comprometer a minha integridade moral, violar os meus princípios, para libertar meu filho, pois se o fizesse, estaria me igualando à quem eu critico e, então, ele não teria mais ninguém em quem confiar na vida, de verdade.

Hoje ele não tem, mas não o tem por não compreender que o fato de eu o ter abandonado não foi por decisão ou vontade minha, o foi por que sua mãe queria me colocar, naquele momento, na mesma situação em que ela estava, só que ela esqueceu, que ela é da forma que é por opção dela (mesmo que defendida a idéia de que ela não tem consciência de tudo o que faz é opção dela não trabalhar isso com ajuda profissional) e eu o abandono, mas também por opção dela, ou seja, duas vezes ela é responsável pelo abandono.

Só que vai haver um momento em que não será menos complexo, mesmo eu tendo consciência de toda a alienação parental que será praticada, nesse momento, que valor eu terei se, por qualquer motivo, tiver adotado uma postura maquiavélica? Em que os fins justificam os meios? Não, os fins não justificam os meios.

Então, assim como até hoje eu jamais escrevi neste blog sobre os fatos que minha ex-mulher pediu discrição ou para aqueles que implicariam o mesmo tipo de constrangimento, hoje estou decidido a não fazer isso também na justiça, lógico que essa decisão pode mudar, mas é difícil.

Enfim, quanto egoísta eu estou sendo em colocar a minha integridade moral acima do aqui e agora vivido pelo meu filho? Não sei... Sei que sou totalmente compreensivo aos Palestinos, mas não creio que usaria das mesmas armas que eles, sei que sou totalmente compreensivo aos irlandeses, mas também não creio que usaria as mesmas armas que eles. A situação que vivemos, eu e meu filho, é absolutamente similar à desses grupos e também formamos um grupo junto com tantas outras crianças, adolescentes e pais pelo Brasil.

Qual a forma de resolver? Ainda não sei. Também não sei se vou me perdoar pelas seqüêlas que tudo isso vai deixar nele e que já são perceptíveis, mas não sei exatamente como farei para impedir que meu filho continue sofrendo maus-tratos, por enquanto o que posso fazer é fiscalizar, mas nem isso estou fazendo com o esmero necessário, enfim, estou num momento de reflexão, mas estou tendendo a manter a minha integridade, afinal, pode ser que meu filho precise muito disso no futuro.