quinta-feira, outubro 23, 2003

Eu tenho algo a dizer para alguém...

Uma pessoa com quem me sinto totalmente confortável, talvez seguro, uma pessoa em quem acredito poder depositar toda minha confiança, mesmo quando não trocamos uma única palavra prévia, uma pessoa que pode conhecer minhas imperfeições sem fazer uso delas.

Assim eu me sinto com esse alguém, como se pudesse entregar livremente minha alma à ela, sem disfarce. Isso não é uma paixão, mas é um sentimento novo, o sentimento de que quanto mais essa pessoa me conhecer, mais vou estar seguro perto dela e não que mais vulnerável estarei para ela.

Isso é algo que tenho vontade de guardar para sempre, pena que ela vai embora para longe em pouco tempo, eu, provavelmente, ficarei por aqui, esperando sempre pelo email dela, pelo ICQ dela, torcendo para que a Europa em que ela estiver seja tudo de mais maravilhoso. Um dia saio para visitá-la.

Espero que meu ICQ seja sempre o mesmo 20393976 que é hoje, assim não me perde nunca mais.

Meu sorriso estará sempre á tua espera.

Desculpas...

Peço desculpas, por não estar retribuindo à altura o carinho e a atenção que recebo, poderia justificar que é de tão atribulada que minha vida está, mas não, não tento me esconder atrás de mim mesmo, não estou fazendo o que deveria fazer por minha própria responsabilidade, deixando a vida correr sem tomar as rédeas dela, isso está me parecendo sensato hoje em dia.

Alguém já perdeu controle do carro que estava dirigindo? Numa curva? Eu já, não há muito o que fazer, é deixar o carro se arrumar e esperar, normalmente dá tudo certo, acho que é o que eu estou tentando, perdi o controle da minha vida em alguma curva para trás, estou deixando ela pegar contato com o chão novamente, penso que não adianta tentar controlar o incontrolável, uma hora ou outra vai dar para alinhar na saída da curva e pisar fundo novamente.

Alguém tem algo a me dizer?

Um novo capítulo

O que posso dizer é que vou ganhar prêmio de resistência emocional se sobreviver a esses dois anos, estão sendo, decididamente os dois piores anos da minha vida, mesmo com tanta coisa boa que aconteceu, o volume de coisas ruins está tão, tão grande, que mal tenho oportunidade de curtir as coisas boas, pois são logo atropeladas por alguma ruim, ofuscadas pelas mazelas que me afligem.

Muita, muita coisa se tornou clara e a imagem que se formou era bem melhor enquanto estava fora de foco, muita coisa ainda não se tornou clara, ainda está totalmente desfocada e, talvez assim, ainda esteja atrapalhando mais que quando se possa tornar clara.

Muita coisa também se tornou real, muita ajuda apareceu no momento em que era mais necessária, como se fosse aquele acaso que nos protege da insanidade, mesmo que muitas delas não tenham se tornado concretas, tornaram-se reais pelas perspectivas que me trouxeram, abriram minha visão para o mundo que estava à minha frente e que se fazia necessário explorar.

Estou sofrido, ainda que menos confuso.