domingo, maio 15, 2005

É um momento tão mágico esse, eu e meu filho temos tão pouco tempo juntos, mesmo assim ele consegue me fazer tão alegre.

Estive com ele ontem, mesmo assim, ainda hoje passo o dia todo me lembrando de cada momento, de cada instante em que estivemos juntos, de cada conquista dele, de cada conquista minha e, por que não, de cada conquista nossa.

Podem me criticar, mas meu filho é sim a maior razão para que eu continue a viver. Apresentar um mundo cheio de poesia, de esperança, de utopia é o que me faz inspirar e expirar tantas vezes por minuto.

Eu me perguntei certa vez se eu não estaria jogando uma carga muito pesada sobre os ombros de meu filho, por ter sofrido e ainda sofrer com sua ausência, em que ele acreditasse que devesse me retribuir todo o amor que sinto por ele.

Não, não é preciso retribuir, não mais que toda a alegria que você já me provê sempre que estamos juntos, tudo isso, todo esse amor, todo esse afeto, todo esse carinho, todas as suas conquistas já me retribuem por demais meu amor, aliás, talvez nem seja eu merecedor de tanto afeto, de tanto carinho.

E aproveito uma atitude do meu filho, uma dessas saias justas a que as crianças muitas vezes submetem os adultos. O titio D. veio de carona com a gente da casa da Nona (vovó K.), tal que quando chegamos na casa da vovó L., como de costume, foi a vovó L. que veio receber nosso amorzinho, mas ele quis apresentar a vovó L. e o titio D., a vovó L. veio, "re-conheceu" o titio D. e, a partir disso, registro um mea culpa:

Muitas vezes, aliás durante quase todo o tempo do meu relacionamento e depois dele, desloquei a responsabilidade pelos suscessivos fracássos para a figura da minha então sogra, a vovó L., se é que é possível pensar que existem ex-sogras quando se têm filhos, talvez essa tenha sido uma das grandes razões que os sucessivos fracassos se converteram em um fracasso definitivo, pois a responsabilidade por nossos erros não estão em outros, mas em nós mesmos.

Sim, minha ex-sogra exerceu plenamente seu papel de sogra de caricatura, mas a responsabilidade por nossa família não era dela, era nossa, a responsabilidade pelos erros eram nossos, até por que os erros que nos fizeram naufragar não eram de outrem, mas nossos e somente nossos e não assumir isso a tempo foi o que nos destruiu, com isso atrapalhamos muito nossas vidas, mas, principalmente, atrapalhamos por demais a vida de nosso filho e esse é o meu maior pesar em tudo isso, pois essas marcas ficarao presentes para sempre em todos nós, mas serão, sem dúvida, muito mais marcantes para ele, mas se tudo der certo, um dia ele vai ter ajuda para trabalar essas e outras questões de sua vida...

2 comentários:

Anônimo disse...

já q foi inevitável atrapalhar e não podemos voltar o tempo, é fundamental q vc guie e incentive seu filho para viver uma "nova" vida sem as feridas, e sim com cicatrizes q se curam com o tempo... o tempo é o melhor remedio para tudo, pode ser piegas, mas é verdade.

Anjo Mecânico disse...

É sim, teria sido possível evitar sim, mas não nascemos maduros e prontos para enfrentar nossos desafios, precisamos errar para aprender, mas o tempo, por si só, não cura qualquer coisa, às vezes o tempo só esconde algumas coisas, apenas coloca para "debaixo do tapete", mas tanta vezes quantas passarmos novamente por ali, tantas vezes vamos tropeçar naquela ferida.