domingo, setembro 14, 2003

Beleza Americana

Um filme que marcou minha vida, não sei nem se ele merecia, acho que merecia, mas estava com os sentimentos ardendo sob a pele, foi num carnaval que eu deixei de ir para Guará com uma amiga maravilhosa, a Caiê, pois minha ex-amorrzinho tinha pedido para que eu ficasse com ela, já que todos da casa dela iriam viajar, que tolice a minha, ou melhor, que paixão a minha, ela me convidou para ir lá sábado à tarde, acabara de me ligar convidando, ela me chamou, ela me chamou, eu fui, eu e uma garrafa de porto guardada de algum tempo, mas quando cheguei lá, fui barrado no portão, tinha outro lá, eu fui para a casa de um amigo e acabei no cinema com ele e com a namorada dele, estava passando Beleza Americana, a música dos Beatles, que ainda hoje me emociona, fez com que depois de deixar meus amigos em casa, voltasse lá, tomasse toda a garrafa de porto e desejasse virar artista, escultor, desses que trabalham com metais, vidro e borracha, mas meus pés no chão me impediram de realizar esse feito, voltei para casa, dormi.

Um mês depois estava namorando uma antiga amiga do tempo do Braveza, não era ainda um namoro, mas foi só a Debra descobrir, que descobriu que gostava de mim, que terminei com a Soraya, que comecei com a minha ex-amorrzinho. Se prestarmos atenção, tudo que aconteceu era tão óbvio, uma hora ela tinha que pular fora do sonho que construí para nós, o sonho não era dela, o sonho era meu, ela sonhou comigo, até que enjôou, nada mais normal quando se enjôa de um filme que desligar a TV ou sair do cinema. Foi o que ela fez, me desligou da vida dela, quase me desligou de verdade.

Hoje, lá em baixo, um saco plástico, desses que deveriam ser banidos da sociedade, estava ao vento, carregado por toda aquela poesia potencial do vento, que não captamos pela nossa incapaciadade de enxergar o ar, mas vendo que havia algo no ar, algo que traduzia o vento, deixei me perder por seu caminho, o pensamento e a emoção voando sem rumo vão bater no fundo do coração e, como não poderia deixar de ser, no fundo do meu coração mora meu ex-amorrzinho ainda.

Só que eu não consigo falar sobre os bons momentos que passamos juntos depois que voltei de sampa, a última coisa realmente boa que fizemos juntos foi a viagem dela a sampa, para me encontrar lá, assistimos tanta coisa boa, teatro, cinema, até uma boite de swing conhecemos. O pior, aquela coisa óbvia, ela tinha que confiar mais na mãe dela do que em mim em como cuidar do filho, mesmo que, racionalmente, a mãe e o pai dela eram um fiasco como pais, mas tem aquela coisa da referência, da dôra, doralina e senhôra no fim.

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