segunda-feira, junho 27, 2005

Há sempre uma história mais triste que a nossa e há sempre alguém sofrendo mais em nossa própria história. Às vezes esse sofrimento ocorre por nossa própria culpa, nós que deveríamos proteger, não o fazemos. Nós que deveríamos afagar, não o fazemos.

Sempre temos uma desculpa para nos esquivar de nossa responsabilidade. Em última instância podemos transferir a culpa para o Estado, que não somos nós e nos recomenda a passividade diante do sofrimento do outro. É o sistema, podemos pensar.

A dor, no entanto, não aceita nossas desculpas e nosso coração nos alerta de que um mal maior está em andamento, enquanto isso, permanecemos passivos, deixando que o outro nos dite o destino, tal qual abençoado pelo Estado. Como se o Estado algum dia ligasse para o sofrimento de um, dois ou três indivíduos.

O que são algumas pessoas diante do caos global? Para o Estado não significa nada, para a sociedade não siginficada nada. Todos esperam por sangue, é o sangue que comove as multidões, se não há sangue, há qualquer bobagem, coisa de gente fresca. Direitos Humanos? Encaremos os fatos, vivemos em uma sociedade amplamente reacionária, onde os direitos básicos são negados aos humanos, até daqueles dos quais somos parentes.

Negamos os direitos básicos do homem, quem dirá da criança, dos nossos filhos. Assistimos passivamente à crueldade com que nossos vizinhos, nossos conhecidos, por vezes nossos amigos ou parentes tratam crianças indefesas. Pensa a maioria que os filhos são mero objeto sobre o qual podem praticar seu sadismo e para isso tem o apoio de todos, da polícia, do Estado dos avós, dos tios, afinal, de toda a sociedade.

E são esses malditos sádicos perversos, que são a maioria e por isso são tão fortes e imputáveis ainda, que reclamam da violência, da criminalidade. Reclamam-se vítimas de bandidos enquanto reforçam a violência em sua própria casa enquanto meio de formação da criança. A criança nada é, nada pode, é estuprada em sua dignidade todas os dias, todas as horas.

Ora, quando se ensina violência, só se pode esperar violência, afinal as crianças crescem e já que cresceram aprendendo que o outro não tem valor, que não merece respeito, que a forma de se levar acabo seus desejos, sejam eles quais forem é passando por cima do outro, não importa quando e quanto tenha que ferir esse outro, quando adultos, é dessa forma que vão agir.

Teremos sim, sem dúvida, uma sociedade mais violenta, mas por culpa, em primeiro lugar, dos pais e mães, dos avôs e avós, dos tios e dos amigos, por minha própria culpa quando presencio a violência e nada faço além de sofrer um sofrimento inútil, que a nada leva, que nada constrói, que tão somente destrói meu dia.

Quando fazemos comida acabamos sujando a louça, eu preciso me tornar uma boa pessoa, eu preciso lavar a louça...

Um comentário:

Di disse...

Nossa louça está limpa, a cozinha também! Pontos fundamentais para o andamento da casa. Falta ainda arrumar direitinho o escritório e o quarto, isso vai devagar. Já comecei a passar por cima de alguns pre-estabelecidos. quero poder conservar essa passagem e assim ter certeza de que a cozinha limpa será acompanhada de sorrisos e tranquilidade. Depois continuo a ordenar a casa. É bom saber que você também está acordando pra isso, mesmo que aos pouquinhos e precisando de alguns empurrõeszinhos. Eu e o amorzinho agradecemos pelo esforço para que nossa família tenha sempre o melhor e prometemos continuar unidos!