terça-feira, junho 21, 2005

Detesto contas, nunca param de chegar. Como dizia um amigo meu "ninguém me escreve para dizer que me ama", só me enviam contas e mais contas. Desprezível isso. Eu pago, pago, posso até atrasar, mas pago.

Se meu divórcio teve algo de bom, afinal dizem que tudo tem sempre um lado bom, foi que minha carreira na área de tecnologia acabou destruída, então eu vou aproveitar esse hiato para buscar minha realização pessoal.

Se der tudo errado vou trabalhar com vendas, que ao final das contas é o que dá dinheiro mesmo. Quantas pessoas você conhece que tenham uma renda de 25 mil reais com dez anos de carreira? Eu conheço poucas, aliás conheço poucas que têm essa renda ao final da vida. Talvez vendas nem seja tão ruim assim, quem sabe, um dia, por enquanto eu vou colocando as pedras no alicerce da minha realização.

Meu amor vai para longe, mais cedo ou mais tarde, é, eu sei, também vai ter um lado bom, dessa vez mais fácil de ver, mas vai ser ruim ficar tanto tempo distante. Não dá para eu ir junto agora, pois meu filho ainda é muito pequeno e o estrangeiro é longe demais, por enquanto eu fico pertinho, depois eu vou, no máximo, para um lugar em que ele possa me visitar com muita freqüência. Também eu tenho minhas coisas para concluir por aqui, não posso sair agora. Vai dar tudo certo no final!

Eu é que não posso pedir para ninguém abrir mão da carreira por mim, eu que sei bem o que é isso e sei como fica mais trágico o final quando a gente faz isso, ainda fica se achando o mais burro de todos os burros por um dia ter se apaixonado.

Pessoas apaixonadas fazem muita burrice, gostam de ferrar com suas próprias vidas em nome de um amor, de uma família. É bom fazer o que se acredita, eu sei, mas ver tudo se acabar não é nada bom.

Miami ou Lisboa bem que poderiam ser grandes centros de pesquisa, mas o cinza pode ser até bonito com uma caixinha de Prozac no bolso. O que não é bonito são bilhetes de ida e volta custando quase cinco mil reais na classe econômica, nem com muita Fluoxetina.

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