Impressionante como o ser humano tem dificuldade de administrar a culpa. As coisas ficaram bem mais fáceis quando consegui que ela confessasse aquilo que eu e metade da torcida do flamengo sabiamos, que ela estava tendo um cibercaso, e que esse caso já dura do começo deste ano ou final do ano passado, difícil dizer a data em que deixou de ser descomprometido e passou a envolver "paixão (sic)".
Agora como é que alguém abandona uma família com menos de dois anos de duração por conta de uma paixão de Internet? Verdade que além disso tem o processo natural de culpa por estar traindo, não tanto pelo sueco, pior é que o cara é uma bola de tão gordo, mas, principalmente os princípios e valores que tínhamos combinado para toda a vida, a de que criaríamos nosso filho da nossa forma, sem nos importarmos com o que qualquer pessoa achasse, especialmente com os pais dela que, decididamente, têm problemas.
A questão é que para trair é preciso saber trair, dependendo de como o processo de culpa se desenvolve, fica complicado conviver, pois a culpa faz com que você fique procurando justificativas no outro para o estar traindo daquela forma, ou seja, você fica em busca de culpas do outro também como forma de se justificar para o outro, e se agrava quando você recebe flores, pior quando você descobre e testemunham para você uma fidelidade anormal, mesmo em situações totalmente seguras para fazê-lo como a três mil quilômetros de distância.
De agora, a novidade, é que ela me confessou "certo, estamos apaixonados, e dai?", mas, sinceramente, não sei exatamente se o "e daí" é tão pertinente assim, mas, de fato, agora as coisas ficaram um pouco mais fáceis, vamos ver se por muito tempo, uma vez que quando ela admitiu que tinha consciência que os pais dela agiam por maldade, que a mãe dela já tinha tornado isso explícito quando queria me impedir de ficar com o Cauê o pouco que eu fico hoje, já que fico somente dois dias e quatro noites (mas a gente dorme a maior parte da noite), também ficamos bem por um tempo.
De todo modo, quais as chances que temos de que alguém nos ame da mesma forma que a amamos ao mesmo tempo?
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