sexta-feira, setembro 05, 2003

Grito sublimado

É o que meu blog é hoje, uma espécie de sublimação do meu grito reprimido. Tenho oscilado entre estar bem, reconstruindo a minha vida e estar destruído, controlando meu eu, impedindo de gritar um grito grotesco, mas nenhum grito é suficiente, por que nenhum grito vai chegar ao ouvido de quem me maltrata e, mesmo que chegue, certamente não será meu grito, que tantas vezes já foi choro, que tantas vezs já foi apelo, que até já foi grito, que vai comover, que vai amolecer meu carrasco. Se assim fosse, já teria sido tantas vezes antes, então meu grito só serve para mim mesmo, e só servindo para mim é só um grito desesperado e inútil, mas não posso reclamar daqueles que ouvem meu grito e estão sempre disposto a me confortar, a essas pessoas o que posso prometer é que vou melhorar, já sei que o passado não pode ser reconstruído ou esquecido, que agora é construir para frente, uma nova vida, talvez uma hora ou outra com uma nova pessoa. Sim, por que se sei que tenho uma certeza é a de que não nasci para ser sozinho.

Uma nova pessoa, uma pessoa melhor para mim, não que tenha melhores qualidades, mas que tenha uma acima de todas, que me ame de verdadede, que seu amor não seja tão somente uma fraude que se revele antes mesmo de amadurecer.

Só que saber é diferente de sentir e sentir é muito mais intenso que saber, é muito mais forte, não tem ponderação, não tem análise.

quinta-feira, setembro 04, 2003

Crime e Castigo

Impressionante como o ser humano tem dificuldade de administrar a culpa. As coisas ficaram bem mais fáceis quando consegui que ela confessasse aquilo que eu e metade da torcida do flamengo sabiamos, que ela estava tendo um cibercaso, e que esse caso já dura do começo deste ano ou final do ano passado, difícil dizer a data em que deixou de ser descomprometido e passou a envolver "paixão (sic)".

Agora como é que alguém abandona uma família com menos de dois anos de duração por conta de uma paixão de Internet? Verdade que além disso tem o processo natural de culpa por estar traindo, não tanto pelo sueco, pior é que o cara é uma bola de tão gordo, mas, principalmente os princípios e valores que tínhamos combinado para toda a vida, a de que criaríamos nosso filho da nossa forma, sem nos importarmos com o que qualquer pessoa achasse, especialmente com os pais dela que, decididamente, têm problemas.

A questão é que para trair é preciso saber trair, dependendo de como o processo de culpa se desenvolve, fica complicado conviver, pois a culpa faz com que você fique procurando justificativas no outro para o estar traindo daquela forma, ou seja, você fica em busca de culpas do outro também como forma de se justificar para o outro, e se agrava quando você recebe flores, pior quando você descobre e testemunham para você uma fidelidade anormal, mesmo em situações totalmente seguras para fazê-lo como a três mil quilômetros de distância.

De agora, a novidade, é que ela me confessou "certo, estamos apaixonados, e dai?", mas, sinceramente, não sei exatamente se o "e daí" é tão pertinente assim, mas, de fato, agora as coisas ficaram um pouco mais fáceis, vamos ver se por muito tempo, uma vez que quando ela admitiu que tinha consciência que os pais dela agiam por maldade, que a mãe dela já tinha tornado isso explícito quando queria me impedir de ficar com o Cauê o pouco que eu fico hoje, já que fico somente dois dias e quatro noites (mas a gente dorme a maior parte da noite), também ficamos bem por um tempo.

De todo modo, quais as chances que temos de que alguém nos ame da mesma forma que a amamos ao mesmo tempo?

terça-feira, setembro 02, 2003

E a que ele já está até começando a cantar

Boi, boi, boi, boi da cara preta,
pega esse menino que tem medo de careta

Boi, boi, boi, boi da cara preta
pega essa menina que tem medo de careta

Boi, boi, boi, boi da cara preta
pega essa criança que tem medo de careta

Canção de Ninar

Eu agora, morrendo de saudades do Cauê... :( outra música que ele adora e, sem dúvida, a minha preferida

(o celo da intro arrepia)

Na na na ni ni na no, gira a terra o sol girou
Na na na ni ni na no, traz na roda o meu amor
Na na na ni ni na no, passa tudo, o tempo e a dor
Na na na ni ni na no, só não passa o meu amor

Passa o tempo da tristeza
Passa o tempo da alegria
Passa o sonho, a esperança
mas também passa a agonia
só não passa o meu amor, na na na ni ni na no

Bambalalão

Resolvido o mistério da Lua, é dos CDs que o Cauê mais ama, que ele adora ouvir, junto com o Mozart

bambalalão
senhor capitão
espada na cinta
ginete na mão

Lua luar toma teu andar
Leva essa menina
me ajuda a criar
depois de criada
torna a me dar
lua, lua, luar toma teu andar

Lua luar toma teu andar
Leva esse menino
me ajuda a criar
depois de criado
torna a me dar
lua, lua, luar toma teu andar

Bambalalão
senhor capitão
espada na cinta
ginete na mão

Sem título (13.9.99)

Pega
um cachorro
Passa
não te quero

por te amar
não te suporto
Venha
que ainda te quero
Vaca
que me dá prazer
mas não sai do meu caminho

Sem título (13.9.99)

Sou
ou não

Tenho
ou não

Sei
ou não

Penso
ou não

Creio
ou não

Faço
ou não

Tento
mas não sei porque

Ressaca de Você (20.5.99)

Cara de álcool
de alma
de mim
de você.

Cara de coca
de nós
do tempo

Fome de amor

Cara de dois
de tudo
de todo

Cara de após
de todos
de tapas
de quase olhares
Entre
o eu e o você

Cara de eu
Cara de você

Ainda é forte o que sinto pelo que perdi, então...

O que pouca gente sabe é que esse poema traduz um pouco do que percebi de minha ex-amorrzinho quando cheguei de viagem, a primeira vez que voltei depois que estava grávida, a partir daquele dia, eu percebi que a estava perdendo, e assim foi, dia após dia, noite após noite...

"De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Dez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente


Também do poetinha, do meio do Atlântico em 38

segunda-feira, setembro 01, 2003

A lista das pessoas que eu amo de forma assumida aumentou

Bem, vou compartilhar com vocês isso, é legal: a lista das pessoas que eu amo de forma assumida aumentou. Não do amor ordinário que se ama todo mundo, mas do amor que se ama quem te entende e o melhor de tudo, a trilha sonora do submarino amarelo tá querendo voltar para a minha vida, fez parte dela por um período muito, muito curto, mas eu acho que em breve, pode voltar sem soar artificial.

E em homenagem a este último amor, as palavras do mestre poetinha:

"De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure"


Soneto da Fidelidade de outubro de 39, no Estoril

Paixão é algo mesmo inexplicável

Apesar de tudo, de tudo mesmo, não só do que tem aí para trás escrito nesse blog, mas de tudo que aconceteu e eu ainda não tive tempo ou coragem de escrever, meu coração continua batendo pelo meu ex-amorrzinho: agora eu acredito que preciso de um psicólogo, pois está mais que provado que nunca vai dar certo, apesar de que a minha ex-sogra ainda psicótica ter atrapalhado muito a nossa vida e realmente nos impedido de nos acertar, ela que já fracassou na vida dela e que não pode ver nada ser feliz ou dar certo perto dela que tem que matar rápido senão contagia todo mundo em volta dela e ela fica só, devia ter nos deixado em paz. Falo isso por que andei me perguntando se eu não sou mesmo tudo o que ela fala de mim por aí, sei por que uma pessoa bem próxima dela, bem próxima mesmo, meeesmo, aliás, obrigado, veio me consolar, mas não perguntei por que, assim achei melhor naquele momento.

Então me veio esse raciocínio, supondo que eu fosse o diabo mesmo, o que quer que eu fosse, mas não éramos nós que estávamos tentando nossa vida, que tínhamos o direito de errar por nós mesmos, e uma pessoa que já tinha vivido sua vida, tudo bem que fracassou, exceto por que conseguiu uma boquinha boa, tinha que nos impedir de errar? Nós tínhamos o direito de errar, a vida era nossa, era nossa famlia. Entao era nosso direito fazer tudo errado e dar errado, mas desde que tivéssemos sido nós.

Contudo também fato é que minha ex-amorrzinho sabia de tudo, sabia do que ia acontecer e fez o que fez, então não pode ter sido sem culpa, uma vez que tinha ciência do que iria acontecer, uma vez que ela própria disse uma vez:

"É melhor morarmos por enquanto aqui (na casa dos meus pais, não dos dela), pois se ficarmos lá em casa, nosso casamento acaba antes mesmo de começar, por que a mamãe é uma pessoa muito difícil"

Eu só não entendo como alguém coloca a pessoa acima dentro da sua própria casa, fazendo tudo para acabar tudo.

Achamos a lua, mas ainda falta algo em nossas vidas

Depois de muito tempo procurando a lua que o Cauê tanto tentava nos mostrar, ela deu o ar da graça, uma lua crescente, à beira da praia, num dia de céu lindo, cheio de estrelas, com o barulho do mar às nossas costas. Estava legal, ele estava com meu pai, mas que alguém mais poderia estar lá quando encontramos a lua, poderia, mas eu sei que a lua brilha para todos e em outro lugar, em outro tempo, outra pessoa viu a nossa lua, que apareceu só para ela, e também lembrou de nós.